Relatório do Fórum Econômico vê oportunidades e riscos com a descoberta de planetas habitáveis. Nada de desequilíbrio fiscal, risco inflacionário ou crise global. Um
assunto de alcance interplanetário chamou atenção para o Fórum
Econômico Mundial, que será realizado a partir do dia 23 em Davos
(Suíça). Nas vésperas do encontro que reúne chefes de Estado e alguns
dos mais badalados bilionários do planeta, é habitual divulgar estudos e
projeções sobre a economia. Ontem, um desses relatórios chamou a
atenção ao abordar os riscos e as oportunidades gerados pela descoberta
de vida extraterrestre.
Em texto assinado pelo editor-chefe da revista científica Nature, Tim
Appenzeller, são apresentados os chamados "Fatores X" – referência à
série Arquivo X – dos Riscos Globais 2013. Depois de se referir a
questões mais ou menos familiares em projeções econômicas, como mudança
climática e custos da longevidade, Appenzeller afirma que, dado o ritmo
da exploração espacial, seria "crescentemente concebível" a descoberta
de vida alienígena ou de planetas que permitam a vida humana.
Depois de lembrar que apenas em 1995 – há menos de 20 anos – foram
descobertas as primeiras evidências de outras estrelas com planetas em
sua órbita, Appenzeller afirma que milhares de exoplanetas (que orbitam
fora do Sistema Solar) foram detectados. A missão Kepler da Nasa, a
agência espacial norte-americana, localizou a chamada "zona habitável" –
nem tão quente, nem tão fria – com estrelas semelhantes ao Sol depois
de apenas três anos de operações, pondera o autor.
Esses milhares de planetas, afirma, seriam candidatos a ter vida ou
até a ser uma opção para os humanos fora da Terra: "em um prazo de 10
anos, nós podemos ter evidências não apenas de que a Terra não é única
mas que a vida existe em outros locais do Universo".
Novos mundos podem atrair investimentos e tecnologia
Caso os astrônomos que estudam os exoplanetas descubram evidências
químicas da existência de vida – como a presença de oxigênio –, recursos
começariam a migrar para novos telescópios que estudem em detalhe esses
novos mundos, sustenta o analista. Novos sistemas de financiamento e
novos esforços intelectuais podem ser atraídos para os desafios de voos
espaciais tripulados e de tecnologias necessárias para a humanidade,
para permitir a sobrevivência na viagem interestelar. O estudo está
disponível no endereço
http://zhora.co/fatoresx.
Como é o Fórum Econômico Mundial
- Criado em 1971 pelo professor
de administração Klaus Schwabb, o Fórum Econômico Mundial (no original,
World Economic Forum, WEF), é um espécie de clube de ricos e famosos.
Todo ano, em janeiro, líderes empresariais e políticos se reúnem em
Davos (foto), estação de esqui suíça que é cenário do livro A Montanha
Mágica, de Thomas Mann. É considerado uma espécie de central do
pensamento econômico dominante, de perfil liberal. Em reação a Davos,
foi criado o Fórum Social Mundial, realizado várias vezes em Porto
Alegre.
Hipótese levada a sério
Estudioso do tema há cinco décadas, o astrônomo Jorge Ducati,
professor do departamento de Astronomia da UFRGS, afirma que, embora não
seja possível afirmar se haverá confirmação nos próximos anos,
pesquisas recentes têm levantado evidências de que há, sim, vida fora da
Terra:
– Se (a vida extraterrestre) será descoberta, não sabemos. Eu não apostaria meu dinheiro nisso, mas a previsão é factível.
Segundo Ducati, a partir de dados recentes, a comunidade
internacional "começa a perceber que as possibilidades de encontrar vida
fora da Terra são muito grandes".
– Cada vez descobrem-se mais moléculas e enzimas. Começa a ficar
evidente que a organização da matéria é algo que acontece. Se agora
estão sendo descobertas moléculas organizadas em cadeias muito longas,
pode ser a evidência de que, mais adiante, serão descobertas moléculas
indicadoras da vida, semelhantes ao DNA.
Ducati explica que a descoberta de planetas fora do Sistema Solar
amplia as chances de que a humanidade não esteja sozinha no Universo:
– A previsão é de que, com o avanço tecnológico, sejam descobertos planetas com condições ambientais semelhantes às do nosso.
Embora acredite na possibilidade de vida extraterrena, o professor da
UFRGS vê com ceticismo casos de supostas aparições de objetos voadores e
seres de outros planetas. Entre os episódios mais conhecidos, estão os
casos Roswell (suposto disco voador caído na localidade de mesmo nome,
no Novo México, EUA, em 1947) e Varginha (extraterrestres que teriam
sido capturados no Brasil em 1996, em Minas Gerais).
(Enviado por Cel Leonardo Araujo, apud ZH 10/01/2013. )
Um comentário:
Impossível a arrogância em pensar que no Universo multidimensional, com menos de 10% conhecido pela nossa ciência, estamos sózinhos. - Não, com certeza nao somos os 'donos' do Universo e, pelo óbvio, não somos os mais evoluídos.
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