Na madrugada do dia 15 de abril de 2014 ocorreu um eclipse total da Lua. Esse fenômeno acontece quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua projetando sua sombra sobre nosso satélite natural. De outro modo, quando a Lua penetra no cone de sombra da Terra.
Apesar da Lua, durante o eclipse, se encontrar dentro do cone de sombra da Terra nós ainda continuamos enxergando a Lua com uma cor avermelhada, o que popularmente é chamado de "fenômeno da lua sangrenta, da lua de sangue". Como pode isso? Quando a Lua está no cone de sombra não era para ficar escura, sem poder ser enxergada? Afinal nós só enxergamos objetos que emitem ou que refletem a luz. Se a Lua não emite luz nós só podemos enxergá-la pela reflexão da luz do Sol em sua superfície. Seguindo este raciocínio, se nós ainda vemos a Lua, mesmo que seja com uma cor avermelhada, é porque a Lua ainda reflete luz.
Mas o que ocorre então para continuarmos vendo a Lua mesmo estando no cone de sombra da Terra durante os eclipses totais da Lua?
A Terra tem uma atmosfera que, por refração,
dispersa a radiação luminosa proveniente do Sol. Essa dispersão tem como efeito a separação das radiações de diferentes comprimentos de onda. O fenômeno mais conhecido referente à dispersão é o arco-íris, resultante da dispersão da luz do Sol nas gotículas de água da atmosfera (que pode ser visto em uma das fotos obtidas pela nossa equipe). Uma vez dispersados os raios luminosos do Sol, ocorre o
espalhamento, cujo efeito mais
espetacular é a coloração azul de nossa atmosfera. As moléculas dos gases constituintes de nossa atmosfera funcionam como espelhos para as radiações visíveis de menor comprimento de onda, principalmente o azul. A luz do Sol ao penetrar na atmosfera tem sua luz azul espalhada em todas as direções nos dando aquela ideia de existir uma abóbada azul sobre nossas cabeças. Uma vez que as radiações azuis são espalhadas, as outras radiações de maior comprimento de onda (laranja, amarelo e vermelho) atravessam totalmente a atmosfera. Essas radiações são melhor apreciadas no nascer e no por do Sol. Como nessas duas situações essas radiações se projetam tangencialmente à superfície da Terra, elas atravessam completamente a atmosfera compondo a luminosidade do cone de sombra da Terra.
É por isto que continuamos vendo a Lua num tom avermelhado mesmo estando no cone de sombra da Terra. Na verdade o cone de sombra da Terra fica fracamente iluminado por raios luminosos em tom avermelhado.
Durante a madrugada em que ocorreu o eclipse a equipe do Observatório Astronômico Didático Capitão Parobé observou e registrou algumas imagens deste eclipse total da Lua, das quais algumas estão postadas ao longo do texto. Para esse registro foi utilizada uma câmera fotográfica digital Nikon D3100 com lentes de 55mm, 200mm e ainda imagens obtidas diretamente da ocular de 40mm do telescópio Celestron CPC 800.
Para saber mais:
http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2014/27mar_tetrad/
science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2014/27mar_tetrad/
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