Julho 10, 2014: Em junho do ano
passado uma lua-cheia ocupou as manchetes. A mídia jornalística chamou aquela
lua de “superlua” pelo fato de ela estar 14% maior e 30% mais brilhante que
qualquer outra lua-cheia de 2013. Pelo mundo, as pessoas saíram para as ruas
para admirarem sua luminosidade. Se as
pessoas se admiraram de uma superlua brilhante, o que falar de três...? As luas-cheias
dos dias 12 de julho de 2014, 10 de agosto e 9 de setembro serão todas superluas.
O termo
científico correto para esse fenômeno é “lua do perigeo”. As luas-cheias variam
em tamanho devido a forma da órbita lunar, que é oval. A Lua percorre sua
trajetória em torno da Terra obedecendo a forma elíptica com um de seus pontos
(“perigeo”) em torno de 50.000 quilômetros mais próximo que o outro ponto mais
afastado (“apogeo”). As luas-cheias que ocorrem no perigeo parecem ter um
tamanho e um brilho extra. E essa coincidência acontece três vezes em 2014. Em
12 de julho e 9 de setembro a Lua aparece cheia no mesmo dia em que ocorre o
perigeo, mas não na mesma hora do perigeo. Em 10 de agosto ela aparece cheia na
mesma hora em que se encontra no perigeo –alegadamente formando uma superlua
extra.
Pode parecer
que tal sequência de três superluas deva ser raro. Nada disso, diz Geoff
Chester do US Naval Observatory.
“Falando de
maneira geral, as luas-cheias aparecem perto do perigeo a cada 13 meses e 18
dias, portanto não é nada extraordinário”, diz ele. “De fato, no ano passado
tivemos três luas-cheias no perigeo, em série, mas somente uma foi noticiada
sensacionalisticamente”.
Na prática,
nem sempre é fácil notar a diferença entre uma superlua e uma lua-cheia
ordinária. Uma diferença de 30% no brilho pode muito bem ser ocultada por
nuvens e neblina. Além disso, não existem réguas flutuando no céu para medirmos
os diâmetros lunares. Quando a lua se sobrepõe no céu, muito acima do horizonte
sem pontos de referência para nos dar uma escala comparativa com outros
cenários, a lua-cheia parece ter o mesmo tamanho como o de qualquer outra.
Chester espera que a maioria das
reportagens sobre as luas gigantes deste inverno sejam ... ilusórias.
“A ‘ilusão
da lua’ é provavelmente aquela que faz as pessoas lembrarem deste conjunto de
luas-cheias que estão por vir, mais que a visualização real da Lua”, disse.
A “ilusão da lua”
ocorre quando a Lua se encontra perto do horizonte. Por razões ainda não
plenamente entendidas pelos astrônomos e pelos psicólogos, as luas-nascentes
aparecem falsamente grandes quando aparecem radiantes entre as árvores,
edifícios e outros objetos da paisagem terrestre. Quando a “ilusão da lua”
amplifica uma Lua no perigeo, o astro inchado no nascente ou poente pode ser
visto como súper na verdade.
“Garanto
que muitos pensarão que será a maior Lua já vista se ela for vista ainda no
horizonte, porque a mídia estará toda orientada para prestar atenção para este
caso particular”, diz Chester.
“Há uma
parte em mim que deseja que esta ‘superlua’ realmente possa ser percebida no
céu, assim como a ‘lua de sangue’ que acompanhou o mais recente eclipse lunar,
porque junto a isso existe uma tendência de se propagar uma gama de falsas
informações”, admite Chester. “Contudo, isso leva as pessoas a saírem de dentro
dos seus recintos e olhar para o céu, quem sabe tornando-os mais interessados
na astronomia, isso sim seria uma boa coisa”.
Na verdade, é mesmo.
Anote na
sua agenda:--12 de julho, 10 de agosto e 9 de setembro –e aprecie um superluar.
Creditos:
Tradução,
versão e adaptação livre de Luiz Carlos Gomes, em 11/07/2014, a partir do
endereço http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2014/10jul_supermoons/.
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