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Vênus |
Por
vezes temos a curiosidade de olhar para o céu, seja por ter no lá no alto uma
Lua brilhante que chama nossa atenção, seja por alguém ter nos dito que havia
alguma estrela notável, seja por estar ocorrendo uma conjunção de dois ou planetas
que nos aparecem próximos, ou seja ainda por ser visível no céu a ISS (International
Space Station) a Estação Espacial Internacional que orbita o planeta a uma
altitude entre 380km a 400km, descrevendo uma volta na Terra a cada 90 minutos.
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Júpiter |
A
visão desses objetos, para as pessoas que estudam o Universo, se reveste de
importância especial pois percebemos lá o nosso conhecimento. Não há
conhecimento nas luas de Júpiter, ou nas crateras da Lua, ou nas fases de
Vênus, (O que? Vênus tem fases?), ou na constelação de Órion. Aqueles que
estudam Astronomia é que “conhecem” as 62 luas de Júpiter, a Lua, Vênus, as “Três
Marias” e tudo o mais de maravilhoso que existe neste infinito universo.
Agora
imagine um professor de Física que tem para com os aspectos da Astronomia
grande admiração e que considera, como já disse o grande astrônomo Carl Sagan,
...” a Astronomia como um exercício de
humildade e formação de caráter”, que trabalha numa das mais renomadas
instituições de ensino deste país ser brindado, à vista desarmada, com um
verdadeiro espetáculo no céu sobre o CMPA.
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ISS |
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Constelação de Órion |
Na
noite de 09 de março de 2012 o céu limpo permitiu as seguintes visões: logo
após o pôr do sol próximo de 19h00, até 19h30, foi possível ver a
conjunção Vênus-Júpiter com
distância angular de 4º os quais mansamente foram desaparecendo por sobre o telhado
Oeste do Velho Casarão; às 20h20 surge por trás do torreão, com Órion ao fundo, a brilhante ISS com magnitude -3,0, parecendo Júpiter
movendo-se com incrível velocidade. Passados quatro minutos ela percorreu
40º de céu sendo então envolvida na sombra da Terra. No zênite apresentava-se
a mais brilhante das estrelas de toda abóbada celeste, Sírius, que brilhava dominante. Difícil imaginar os quase nove anos luz
que nos separam. À nordeste, numa altura de 30º, reluzia firme o vermelho Marte, que fazia esplêndido contraste
com a imensa Lua que surgia na face
Leste do Pátio Plácido de Castro.
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Sírius |
E
eu lá, parado bem no centro do Pátio Plácido de Castro, admirado com o múltiplo
espetáculo celeste. Quem não entendeu muito a minha presença àquela hora da
noite olhando o céu por memoráveis e inesquecíveis minutos foi a guarnição de
serviço. Ao passar pelo portão de saída do CMPA, às 20h40, o comandante da guarda despediu-se
com um desconfiado “bom descanso tenente”.
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Marte |
Na
volta para casa, minha neta esperava curiosa para saber “Onde você foi
vovô?” Conforme convém a uma pergunta simples, expliquei a ela que estava “olhando”
o céu, no que me treplicou “Está mesmo bonito hoje.” Fiquei por alguns momentos
saboreando a sensação do pouco, porém mais do que necessário conhecimento, que
me faz entender a origem de tudo quanto compõem o que existe na Terra, sejam as
pedras, as folhas, o tecido do sofá, os órgãos do ser humano, que tiveram seus
elementos químicos forjados dentro de uma estrela.
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Lua |
O
conhecimento é algo sensacional
PS 1:
Durante os minutos de observação pensei em ligar para um amigo meu, também encantado
com a Astronomia e perguntar a ele se estava vendo o espetáculo celeste, mas em
pouco tempo desisti de fazer a ligação. Seria uma decepção caso ele não pudesse
olhar o céu.
PS 2: Demorei a postar o que já havia escrito no próprio dia da observação, 09 de março de 2012. Antes tarde do que nunca.
Porto
Alegre-RS, 16 de novembro de 2012
Gentil
César Bruscato – 1º Ten
Observatório Astronômico Didático Capitão Parobé
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