Informações técnicas


Este blog é dedicado à divulgação das atividades do Clube de Astronomia e do Observatório Astronômico Didático Capitão Parobé do Colégio Militar de Porto Alegre.

Localização

Pátio do 1º CTA, Rua Cleveland, 250, com entrada pelo 1º CGEO, antiga 1a. DL, bairro Santa Tereza, Porto Alegre

Rio Grande do Sul – Brasil

30º03’55”SUL 51º13’04”NORTE

Altitude: 69m

Características óptico-físicas do telescópio Celestron C11

Sistema óptico: Catadióptrico Schmidt-Cassegrain; Abertura (D): 11pol (279,4mm); Distância focal do espelho primário(F): 110,2 pol (2799,1mm); Razão focal (número f) = F/D: f/10; Maior aumento útil: 660X; Menor aumento útil: 42X; Poder de resolução (s) = 11,6”/D: 0,42”; Resolução fotográfica: 200 linhas/mm; Poder de concentração de luz: 1593X; Magnitude visual limite m lim = 7,5 + 5log (D): 14,73; Foco próximo com ocular: 60’; Foco próximo com câmera: 60’; Comprimento do tubo óptico: 25 pol (635,0mm); Massa: 27,5 libras (12,5kg).

Características óptico-físicas do telescópio Celestron CPC800

Sistema óptico: Catadióptrico Schimidt-Casegrain; Abertura: 8pol (203,2mm); Distância focal: 2032mm (80”); Número f: f/10; Maior aumento útil: 480X; Menor aumento útil: 29X; Poder de resolução: 0,57”; Resolução fotográfica: 200linhas/mm; Poder de concentração de luz: 843X; Magnitude visual limite: 14,04; Comprimento do tubo óptico: 17” (43,18cm); Massa: 42 libras (19,1kg).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O mundo terminará em dezembro de 2012?


Esse mito não vai dar em nada, mas assusta as crianças e promove filme.
By Michael E. Bakich

            O mito de que o mundo vai acabar em dezembro de 2012 começou com alegações de que Nibiru, um planeta supostamente descoberto pelos sumérios, está se dirigindo para a Terra.  Zecharia Sitchin, que escreve ficções sobre a antiga civilização mesopotâmica da Suméria, afirmou em vários livros (por exemplo, O Décimo segundo Planeta, A Escada para o Céu, O Fim dos Dias) que ele foi encontrado e que a tradução de documentos sumérios antigos identificam esse planeta - Nibiru - orbitando o Sol a cada 3.600 anos. As fábulas sumérias de Sitchin incluem histórias de visita de astronautas alienígenas à Terra e de uma civilização alienígena chamada Anunnaki.
            Após o aparecimento desses livros, Nancy Lieder, uma auto-declarada mentalista, escreveu em seu site ZetaTalk que os habitantes de um planeta fictício que orbita a estrela Zeta Reticuli avisou que a Terra estava em perigo devido à presença de um planeta errante denominado Nibiru. A previsão disse que a colisão de Nibiru e da Terra ocorreria em maio de 2003.
            Como nada aconteceu naquele mês, os alarmantes postergaram a data do fim do mundo para dezembro de 2012. Só recentemente pessoas ligaram essas duas fábulas com o final da contagem do tempo maia de longa duração para o solstício de verão em 2012 - daí a data do fim do mundo previsto para 21 de dezembro de 2012.
            Nibiru é um nome na astrologia babilônia associado com o deus Marduk. Estudiosos da antiguidade mesopotâmia refutam o fato que Nibiru seja um planeta e que os Sumérios tivessem conhecimento dele. A Suméria foi uma grande civilização, mas eles deixaram poucos registros astronômicos. Eles não sabiam, por exemplo, que os planetas orbitavam em torno do Sol. Essa idéia somente surgiu na Grécia antiga, dois milênios após a queda do império sumério.
            Tem gente que diz que a NASA encontrou Nibiru em 1983 usando o satélite astronômico de infravermelho, o Infrared Astronomy Satellite (IRAS), que durante os dez meses que esteve em órbita catalogou 350.000 fontes de emissão na faixa do infravermelho, das quais a maioria dessas emissões já foram identificadas. Os astrônomos têm acompanhado essas emissões com instrumentos poderosos, tanto a partir de observatórios situados no solo quanto dos telescópios colocados em órbitas espaciais. O rumor sobre um décimo planeta veio à tona em 1984, após a publicação de um artigo na revista Astrophysical Journal Letters intitulado "Unidentified point sources in the IRAS minisurvey". Em 1987, cientistas publicaram que identificaram a origem desses misteriosos objetos como sendo galáxias distantes. Nenhuma das fontes de emissão detectadas pelo IRAS foi identificada como sendo um planeta. Para um astrônomo profissional as alegações persistentes sobre um planeta que esteja nas proximidades, mas invisível, são simplesmente ridículas.
            As afirmações de que um “Planeta X” seja Eris, são também absurdas. Eris é um dos muitos planetas-anões recentemente encontrados pelos astrônomos nas regiões mais externas do nosso Sistema Solar. Todos esses objetos nessa região percorrem órbitas regulares muito distantes da Terra. Eris é muito menor que a nossa Lua, e sua órbita nunca o aproximará da Terra para menos que 6,5 bilhões de quilômetros.
            Os seguidores da crença do mito da colisão de Nibiru com a Terra publicam fotos na internet que parecem mostrar o planeta. A grande maioria das fotos e vídeos mostram algumas silhuetas nas proximidades do Sol. Alguns proponentes acreditam que Nibiru encontra-se escondido por detrás do Sol desde muito anos no passado. As fotos na realidade mostraam imagens secundárias do Sol causadas pela reflexão interna das lentes. Os fotógrafos conhecem esses efeitos com o termo técnico de nominado “lens flares”.  Essas imagens aparecem no lado oposto ao do Sol, como se refletindo através do centro da imagem. O efeito de lens flare é especialmente óbvio em vídeos devido aos movimentos da câmera, pois a falsa imagem dança extamente na posição oposta da imagem real.
         Na falta de fatos, alguns partidários da colisão reinvindicam o fato que os governos estão escondendo os detalhes a respeito do assunto. Uh huh! Se Nibiru fosse real milhares de astrônomos de todo o mundo, profissionais e amadores, estaria em seu encalço agora.
           Apesar de tudo isso que sabemos sobre este mito, porque é que há tanta excitação, então? Quem está promovendo tais afirmações? A resposta parece ser simples: Columbia Pictures. Enquanto eu escrevo isto, a publicidade para o novo filme de Columbia de 2012, a ser lançado em novembro de 2009, está em toda parte. Trailer do filme mostra uma onda que quebra sobre o Himalaia, com as seguintes palavras: "Como irão os governos de nosso planeta preparar 6 bilhões de pessoas para o fim do mundo? [longa pausa] Eles não o farão. [longa pausa] Encontre a Verdade. Pesquisa do Google de 2012".
            Para o filme a Columbia criou um site científico falso  (www.instituteforhumancontinuity.org). Este site pertence a uma organização fictícia chamada de Instituto de Continuidade Humana (IHC). Segundo o site, a missão do IHC é a sobrevivência da humanidade.
            O site diz ainda que em 2004, os cientistas do IHC confirmaram com 94 por cento de certeza que o mundo seria destruído em 2012. OK, eu sou um cinéfilo de sci-fi. Vamos comprar os ingressos. Não compre o sensacionalismo de que o mundo vai acabar em 2012.


(Tradução livre, versão e adaptação de Luiz Carlos Gomes. Em http://www.astronomy.com/~/link.aspx?_id=FA4E3F64453B43E28A31B98285FA9C15&_z=z)

Por que o mundo não terminou ontem?



A NASA está tão segura que o mundo não acabará em 21 de dezembro de 2012,que até publicou
um artigo para o dia seguinte.

22 de dezembro de2012: Se você estiver este texto, isso significa uma coisa: o mundo não terminou ontem.

            De acordo com  o enunciado de uma antiga profecia maia, foi suposto que o mundo seria destruído em 21 de dezembro de 2012.
            Aparentemente isso não aconteceu.
            A coisa toda foi um equívoco desde o início”, disse Dr.John Carlson, diretor do Centro de Arqueoastronomia. “O calendário maia não termina em 21 de dezembro de 2012, e não existe profecia maia que prenuncie o fim do mundo naquela data”.
            A verdade, diz Carlson, é mais interessante que a ficção”.
            Carlson é um cientista pragmático – um radioastrônomo que se graduou estudando as galáxias distantes. Seu interesse pelo fenômeno de 2012 começou ainda no início dos anos 70, quando participou de um encontro da American Association for the Advancement of Science e aprendeu muito sobre a civilização perdida dos maias.
            Onde hoje se localiza a floresta tropical Mesoamericana, ali floresceu uma grande civilização. A sociedade maia construiu grandes cidades, templos e pirâmides gigantescas. No seu auge, por volta de 800 A.C. a população contava com mais de 2000 habitantes por milha quadrada nas cidades – comparável a cidades modernas como Los Angeles. Eles dominavam a astronomia e elaboraram uma escrita, e deixaram param trás muitos artefatos de construção e artesanato requintados.
            O que mais atraiu Carlson foi o senso expansivo de tempo dos maias. “Os maias usavam escalas de tempo idênticas às que hoje são correntemente utilizadas pelos astrônomos”, explica. “De acordo com nossa ciência, o Big Bang ocorreu há 17 bilhões de anos atrás. Existem datas e referências temporais nas ruuinas maias que se estendem para um bilhão de bilhão de vezes anterior àquela data”.
            O calendário maia foi elaborado para acompanhar longos intervalos de tempo. “É o sistema de calendários mais complexo jamais desenvolvido pela humanidade”.
            Escrito na tipografia moderna, o calendário maia lembra o aspecto de um odômetro de um automóvel. É um sistema de base 20 modificado no qual os dígitos flutuantes representam potências de 20 dias. Pelo fato dos dígitos rotarem, o calendário repete-se; essa repetição é a chave para o fenômeno de 2012.
            De acordo com a teologia maia, o mundo foi criado 5125 anos atrás, que na datação moderna poderíamos escrever como “11 de agosto de 3114 AC”.  Nessa época o calendário maia pode ser lido como 13.0.0.0.0.
            Em 21 de dezembro de 2012 esse número se repetirá: 13.0.0.0.0.
            Na expressão dos estudiosos dos maias, 13 Bak’tuns ou 13 vezes 144.000 dias decorrem entre as duas datas. Esse era um intervalo muito significativo na teologia maia, mas, reforça Carlson, não destrutivo. Nenhuma das milhares de ruínas, tabletes e menires que os arqueólogos têm examinado prevêem o fim do mundo.
            A ciência moderna corrobora. Especialistas da NASA recentemente se reuniram em um encontro promovido pelo Google para rever suas próoprias descobertas com o público.
            Don Yeomans, diretor do Programa da NASA Near-Earth Object Program, afirmou que não existem asteróides ou cometas conhecidos que estejam em rota de colisão com a Terra. Nem existe um planeta errante que se aproxima para nos destruir. "Se houvesse alguma coisa lá fora como um planeta se dirigindo para a Terra", disse o astrobiólogo da NASA David Morrison, "e se houvesse já seria um dos mais brilhantes objetos no céu. Todo mundo na Terra poderia vê-lo. Você não tem  necessidade de consultar o governo, deve apenas sair e procurar. Ele não está lá".
            Lika Guhathakurta, diretora do Living with a Star Program da NASA, diz que o nosso Sol não é uma ameaça. "O sol tem queimado por bilhões de anos - muito antes mesmo dos Maya existirem - e em nenhuma vez destruiu o mundo".
            "Nesta época de agora o Sol está se aproximando do máximo de seu ciclo de atividade de 11 anos", ela acrescentou, "mas este é o mais fraco ciclo solar dos últimos 50 anos. Relatórios ao contrário, são exagerados".
            O que pensaria um maia antigo sobre toda essa badalação? Carlson acredita que sabe a resposta. Se pudéssemos trazer um maia para os dias de hoje, ele diria que 21 de dezembro de 2012 é uma data muito importante. Os maias acreditavam que seus deuses que criaram o mundo 5.125 anos atrás iriam voltar. Um deles, em particular, uma divindade enigmática chamado K'uh Bolon Yokte ', iria conduzir velhos ritos de passagem, para colocar o espaço e o tempo em ordem, e regenerar o cosmos. "O mundo seria atualizada, não destruído”.
            Tenho esperado para ver essedia por mais de 30 anos”, diria.
            Para ele, "experimentar o 21 de dezembro de 2012" significa visitar a terra natal maia em Yucatán, e voltar para os píncaros da civilização maia, quando os seres humanos antigos contemplavam extensões de ordens de magnitude de tempo além dos horizontes modernos.

(Tradução livre, versão e adaptação de Luiz Carlos Gomes. Em http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2012/14dec_yesterday/)